VEJA.com
Juiz Federal José Carlos Madeira, durante inspeção no CCAA/UFMA Chapadinha em 2009/Foto Arq. Luis Carlos Jr |
Está
de parabéns o juiz José Carlos do Vale Madeira, da 5ª Vara da Seção
Judiciária do Maranhão, que teve a coragem de defender a Constituição da
República Federativa do Brasil.
Vejam a que ponto chegamos: ter de
parabenizar um juiz por… seguir a lei! O que Vale Madeira fez? Suspendeu
editais do Prêmio Funarte de Arte Negra, do Ministério da Cultura,
destinados apenas a projetos de “criadores negros”.
Segundo o juiz, eles
“abrem um acintoso e perigoso espectro de desigualdade racial”. Na
mosca! O jornal O Globo não retrata a realidade ao afirmar que ele
suspendeu os “editais de incentivo à cultura negra”. Errado! O problema
não está em incentivar a cultura negra (na suposição de que ela exista,
claro!, o que é falso).
A odiosa discriminação — contra negros e não
negros — está em restringir os projetos a pessoas que tenham uma
determinada cor de pele.
A coisa é de tal sorte estúpida que a Funarte se recusou a receber o
projeto de dez negros que, sob direção do dançarino Irineu Nogueira,
também negro, tentaram inscrever o espetáculo “Afro Xplosion Brasil”.
Ana Claudia Souza, diretora do Centro de Programas Integrados (CEPIN) da
Funarte, informou que o grupo foi vetado porque está sendo representado
pela Cooperativa Paulista de Dança, cujo presidente, o bailarino Sandro
Borelli, é branco!!! Tratava-se de mera questão burocrática.
O grupo
apresentou a proposta por intermédio de uma pessoa jurídica para evitar o
desconto de 27,5% do Imposto de Renda na verba pedida, de R$ 150 mil.
Marta Suplicy, a artífice genial da ideia, não teve dúvida: no
programa “Bom Dia, Ministro”, desta quarta, classificou a decisão do
juiz de “racista” e anunciou que o governo já recorreu. Essa grande
pensadora institui um projeto que discrimina as pessoas pela cor da
pele, em flagrante desrespeito à Constituição, mas chama de “racista” o
ato que restabelece o império da lei.
O primeiro edital foi lançado no dia 20 de novembro do ano passado. O
prazo teve de ser dilatado duas vezes porque os projetos não apareciam.
No rádio, afirmou a preclara:
“No começo tivemos poucas pessoas apresentando projetos. Então nos demos conta de que os criadores negros não tinham acesso a esse edital. Quando pedimos para as regionais do Ministério da Cultura fazerem seminários, irem atrás das comunidades, das instituições negras, de 18 projetos chegamos a mais de dois mil (foram, no total, 2.827). Hoje temos o problema inverso, de selecionar para as poucas vagas que temos.”
É parolagem das grossas. Até os beneficiários do Bolsa Família (com
suposta renda entre R$ 70 e R$ 140) têm acesso, como reconhece o
governo, a telefone celular e redes sociais!
São os excluídos sociais
digitalmente incluídos, uma nova categoria criada pelo petismo,
entendem?… Por que os “criadores negros” não teriam acesso aos editais? O
que o governo fez foi buscar uma solução para o problema que ele
próprio criou. Como os projetos não apareciam — e não porque negros
sejam incapazes disso, é óbvio —, o ministério teve de dar um jeito de
pari-los. E por que não apareciam? Porque o Brasil é menos racista do
que o governo. País afora, apenas uma minoria extrema de criadores
negros rejeita a presença de brancos.
De resto, “cultura negra”, assim como “cultura indígena” ou “cultura
branca” são mistificações criadas pelo pensamento politicamente correto.
Não existem! Mas deixo para outro post.
Por Reinaldo Azevedo
0 comentários: