quarta-feira, 8 de maio de 2013

O "Tango do Zazá"

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Quarta-Feira, 08 de maio de 2013


Tango Argentino II_AlvarezPedro_Shop by Artist_Oil paintings for sale 50% off - ebuypainting.comA grande celeuma da oposição contra o governo é a venda de um caminhão de lixo. O interessante é que a trupe que difundiu a denúncia participou de um processo realizado em surdina na Câmara dos vereadores, onde, misteriosamente, todos os vencedores das licitações têm ligação com o presidente da casa e com a terceira via.


Mas um fato nesta semana não passou despercebido: enquanto a Câmara esconde a sujeira debaixo do tapete e seus aliados bombardeiam a prefeitura, a família do Zazá e secretários da panelinha foram dançar tango em Buenos Aires. Só faltou o Jabiraca.


O que causa estranheza é que a Secretaria de Saúde recentemente foi alvo de denúncias de mau funcionamento e falta de médicos. Isso exigiria uma presença atuante do secretário, e não o distanciamento com férias no exterior. Outro que também tirou folga foi o secretário de administração.


Para quem acompanha a política local, estes fatos não são aleatórios. Suspeita-se de uma trama arquitetada entre secretários e vereadores partidários do Zazá e uma terceira via que sonha com o poder que jamais conseguiria por meio de votos ou apoio popular.


O enredo parece com filme da teoria da conspiração: vereadores acostumados com a farra de governos anteriores entraram em contato com a descontente família que divide a prefeitura e fizeram uma aliança obscura. Os secretários de Zazá fornecem documentos para a oposição explorar na mídia, tentando ganhar apoio popular para um processo de cassação da prefeita e posse da vice, e enquanto o governo está sendo bombardeado, os conspiradores bebem vinho e comem picanha na Argentina, longe da polêmica.


O intento é o retorno do Zazá, controlando tudo através da pessoa mais generosa e compreensiva da família, a esposa. Seus secretários não seriam fiscalizados, a aspirante a deputada teria recursos ilimitados para campanha e os novos aliados participariam da grande farra com dinheiro público ao qual já estavam acostumados nesses 24 anos.


Caso tudo dê errado, também não tem problema. Os vereadores oposicionistas já estariam satisfeitos com os “brindes” que geralmente acompanham um processo no parlamento. No fundo, o objetivo não é a moralização da coisa pública, mas garantir o retorno das regalias. Quer seja pressionando o governo ou aliando-se com golpistas.


As cartas estão na mesa. A dissimulação é a ordem do dia. A oposição tem pressa, pois a farra na Câmara termina no próximo ano. Em quem acreditar? Em quem confiar? Como diriam os de bom olfato político: “há algo de podre no reino da Dinamarca”. Na Argentina também.
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