Por CN1/Luiz
Carlos Jr.
Terça-Feira,
25 de novembro de 2014
Com objetivo de combater o conflito agrário no município de Brejo, o Ministério Público promoveu na sexta-feira (21), uma reunião que envolveu a Fundação Palmares, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Promotoria de Conflitos Agrários, Câmara Municipal, Sociedade Maranhense dos Direitos Humanos, Pastoral Familiar, Proprietários das Terras e Quilombolas.
A Promotora
de Justiça Ilma Paiva que coordenou a reunião, explicou os motivos para discutir os problemas provocados pelos conflitos agrários na região da Comarca de Brejo, uma vez que várias representações já foram feitas na Promotoria por causa da violência, relacionadas principalmente à disputa pela terra. Ilma Paiva também destacou, o processo
administrativo já foi instaurado para apurar e investigar os conflitos.
“Pretendemos
fazer o acompanhamento dessa questão, e fiscalizar ainda mais a atuação do Incra em relação aos conflitos agrários que
estão acontecendo no município de Brejo.
O Ministério Público, pretende fazer uma interferência chamando as organizações da sociedade civil, órgãos
públicos e entidades para que possamos minimizar a polemica e a divergência que
foi criada, não na questão fundiária, mais na demora do Estado em dá uma resposta aos proprietários e posseiros”, destacou a Promotora.
Ilma Paiva, Promotora de Justiça |
Ilma Paiva, também questionou o não comparecimento do representante do Incra na reunião. “No dia 16 de outubro foi realizado uma reunião
em São Luis com a participação do Incra.
Durante a reunião, ficou acordado entre
as instituições a vinda de um ouvidor para este encontro, o que acabou não
acontecendo, infelizmente”, afirmou a representante do Ministério Público.
A polícia
civil outra instituição convidada, também não mandou representante.
Haroldo Paiva, Promotor de Justiça |
O coordenador do Núcleo de Conflitos Agrários
e também titular da 1ª Promotoria de
Justiça Especializada em Conflitos Agrários, Haroldo Paiva de Brito, acompanha a situação, e busca diálogos entre
lideranças rurais e comunidades para evitar a violência no campo. “Está reunião
foi muito importante, trata-se de um diálogo para tomarmos diretrizes e dirimir conflitos e assim, buscar acordos”, esclareceu coordenador do
Núcleo de Conflitos Agrários.
Haroldo
Paiva, falou também sobre a demora dos processos que vem resultando em
conflitos. “Todo processo de negociação, mediação de conflito agrário e regularização
fundiária é muito complexo, não é uma
coisa que se resolve em um mês ou dois meses, é um processo amplo e não depende somente do ministério público, depende
também do Incra, Iterma, governos federal, estadual e câmara municipal. O Ministério Público tem o papel de encaminhar e cobrar dos órgãos públicos a
regularização fundiária das áreas, seja quilombola, desapropriação ou respeitando os direitos de posseiros ou dos proprietários das terras”, afirmou Haroldo
Paiva.
O presidente
da Câmara Municipal Daniel Filho, expôs durante a reunião, relatório aprovado
pelos vereadores em 2011 denunciado o conflito. “Na realidade este conflito
existe há muito tempo, tive a oportunidade de mostrar ao Ministério Público um
relatório aprovado pelos vereadores em 2011, o que gerou um ofício, denunciando aos órgãos do judiciário – inclusive a polícia
federal, o conflito agrário no povoado
Data Arraial”, disse Daniel Filho.
Para o parlamentar a reunião foi válida, e lamentou a ausência das associações que reivindicam direito à terra . “Apenas os proprietários das terras e os quilombolas compareceram. Acredito que seja o primeiro passo para resolver o impasse. A Promotoria de Justiça, deverá fazer outras reuniões, para que possamos constatar que a região da Data Arraial nunca foi uma área quilombola. Para se ter uma ideia, o Incra pretende desapropriar 14 mil hectares”, concluiu o vereador.
Ao final da
reunião, os representantes do Ministério Público e da Fundação Palmares (Dora Bertulio) participaram
de uma outra reunião, desta vez com posseiros que reivindicam direito à terra
Daniel Filho, vereador |
Para o parlamentar a reunião foi válida, e lamentou a ausência das associações que reivindicam direito à terra . “Apenas os proprietários das terras e os quilombolas compareceram. Acredito que seja o primeiro passo para resolver o impasse. A Promotoria de Justiça, deverá fazer outras reuniões, para que possamos constatar que a região da Data Arraial nunca foi uma área quilombola. Para se ter uma ideia, o Incra pretende desapropriar 14 mil hectares”, concluiu o vereador.
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