quarta-feira, 24 de junho de 2015

No MA, transexual é impedida de usar banheiro e agora vai processar o Estado

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Quarta-Feira, 24 de junho de 2015

Transexual é impedida de usar banheiro
A estudante Stheffany Pereira, de 23 anos, é transexual e virou o centro de uma discussão que se iniciou após ela ser barrada, no dia 17 deste mês, por um monitor ao tentar usar o banheiro feminino na escola Liceu Maranhense.

A aluna afirmou que sempre foi respeitada pela sua identidade de gênero por alunos e professores e que o episódio lhe deixou muita abalada e triste. Se sentindo discriminada, Stheffany procurou a Defensoria Pública do Estado (DPE), comunicou o fato para o Disque-Denúncia e garantiu que ingressará com uma ação na Justiça contra o Estado por danos morais.

Uma Resolução 12 do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, determina que a identidade deve ser reconhecida nas escolas, respeitando o uso de banheiros e vestiários de acordo com a identidade de gênero de cada um.

Porém, a diretoria da instituição de ensino afirmou que, como a resolução não tem força de Lei, a escola garante apenas às meninas o direito ao banheiro feminino e que vai esperar a notificação judicial para se manifestar de forma oficial.

Stheffany, que cursa o 3º ano do Ensino Médio no turno da noite, disse que sempre usou o banheiro feminino da escola e que se sentiu discriminada quando ouviu de um monitor que deveria sair do local para não tirar a privacidade das outras alunas.

“Eu já estava dentro do banheiro feminino, que foi o que eu sempre usei, quando um monitor chamado Lopes me mandou sair. Não entendi e fiquei muito constrangida, já que estava na hora do intervalo e muita gente presenciou o fato”, disse ela, que revelou que chorou bastante durante e depois da expulsão.

A estudante afirmou também que um grupo de alunos e professores se mobilizou a seu favor e a incentivou a procurar os seus direitos. “Sempre fui respeitada por todos, nunca me senti desrespeitada. Tenho o apoio de todos e vou procurar os meus direitos”, comentou. Mesmo com seu nome civil nos documentos da escola, Stheffany é chamada pelo seu nome social por alunos e docentes.

Do Jornal O Estado, com edição CN1
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